

O município criado em
14 de outubro de
1926 (83 anos), foi batizado de
Guaíba em homenagem ao
lago Guaíba. Esta denominação aparecia em antigos textos e mapas do
século XIX. Segundo
Teodoro Sampaio, a palavra Guaíba é de origem tupi,
gua-ybe e tem o sentido de "baía de todas as águas". A grafia arcaica era
Guahyba.
No atual território do município de Guaíba, encontramos sítios arqueológicos representativos da cultura guarani. Segundo Laroque (
2002), a primeira e mais antiga tradição localizada nos campos abertos ao longo da borda do rio Sinos, Caí, Taquari, Pardo, Jacuí e
Laguna dos Patos é a tradição umbu, conhecida também, como o povo da flecha. Estas populações
indígenas teriam vivido entre 10.000 e 6.000 a.C.
Os
guaranis, pertencentes à família lingüística
tupi-guarani e portadores da tradição ceramistas tupi-guarani ocupavam as várzeas dos grandes rios como o Uruguai, Jacuí e seus afluentes ou junto à Laguna dos Patos totalizavam a maior parte da população. Eram horticultores e ótimos ceramistas, mas também se dedicavam à caça e à
pesca, além de praticarem a antropofagia.
É possível afirmar que nas terras onde temos o município de Guaíba, ocorreram muitos confrontos entre índios e colonizadores, tanto espanhóis como portugueses. Estas populações sofreram violenta redução demográfica, lutando por seu espaço. Porém, o avanço colonial e nacional os empurrou para a desestruturação cultural e a redução física de seu território, causando sérias conseqüências que atingem seus descendentes até hoje.
A disputa de fronteiras travada nos domínios sul-americanos entre
Portugal e
Espanha envolveu, também, a área que compreende o atual município de Guaíba. A distribuição das sesmarias foi um sistema utilizado pela coroa portuguesa durante o Brasil Colônia, para que terras devolutas, no
sul do Brasil, fossem ocupadas. O sesmeiro, de origem portuguesa ou açoriana, deveria ocupar as terras com a criação do gado vacum, cavalar e muar, erguer a sede da sesmaria e benfeitorias como
olaria, charqueadas, galpões,
senzalas, capela,
cemitério e arvoredos. Além de organizar economicamente suas terras, deveria também defendê-las militarmente a favor de Portugal a fim de evitar a ocupação espanhola e guarani.
Depois da vitória sobre os espanhóis (
1776), todo o território ao sul do Rio Jacuí foi ocupado pelos portugueses, até os limites determinados, em
1777, pelo
Tratado de Santo Ildefonso. Foram distribuídas
sesmarias em toda esta área.
As terras, pertenceram à sesmaria de Antônio Ferreira Leitão. Concedida oficialmente em
1793, possuía três léguas de comprimento e uma légua de largura (13 km²). Ferreira Leitão era casado com Maria Meireles de Meneses, neta de Jerônimo de Ornelas, sesmeiro que se estabeleceu nos altos do
Morro Santana, em
Porto Alegre, em
1732.
[editar]Berço da Revolução Farroupilha
A antiga sesmaria de Antônio Ferreira Leitão passou, por herança, para sua filha dona Isabel Leonor, casada com
José Gomes de Vasconcelos Jardim.Esta fazenda foi escolhida pelos líderes farroupilhas como ponto de encontro para as últimas tratativas referentes à tomada de Porto Alegre, por ser um local estratégico militar. Na casa de Gomes Jardim (mais tarde vice-presidente da República Riograndense) e sob a sombra do Cipreste Histórico, foram acertados os planos para a invasão da capital da província, o que ocorreu às 23 horas da noite do dia 19 para
20 de setembro de
1835.
Gomes Jardim liderando 60 homens, partiu da conhecida Praia da Alegria para atravessar o Guaíba e unir-se às forças de
Onofre Pires que já esperavam na margem esquerda.
O título, "Guaíba Berço da
Revolução Farroupilha" surgiu na década de 60, quando um CTG de
Porto Alegre, chamado
Maragato, e com sede provisória em Guaíba, em um desfile de cavalarianos no
20 de setembro, carregou uma faixa com estes dizeres, homenageando o
município. Deste momento em diante a população guaibense nunca mais deixou de citar a homenagem recebida.
[editar]Pedras Brancas
O povoado das Pedras Brancas, ao que tudo indica, surgiu na segunda metade do
século XIX, por ser ponto de parada obrigatória para o
gado. Assim, surgem as charqueadas com a presença da mão-de-obra escrava, do peão campeiro, dos tropeiros e tropas de gado em nossa região. Surgiu então, um pequeno vilamento com infra-estrutura voltada para a economia pastoril. Ao mesmo tempo, as terras do atual município de Guaíba eram passagem para todos aqueles que, da região Sul e Oeste, desejassem chegar até Porto Alegre.
A travessia era feita pelas águas do Lago Guaíba. Para o escoamento da produção e transporte de passageiros foram utilizados, inicialmente, pirogas (embarcações indígenas),
canoas, barcos a vela e na segunda metade do
século XIX o barco a vapor.
A denominação Pedras Brancas está vinculada à formação rochosa existente na região, com aproximadamente 600 milhões de anos, e que apresenta as rochas mais antigas do planeta, entre elas granito em forma de monólitos ou matações. Este tipo de rocha é característico do Escudo Riograndense.
[editar]Início da urbanização
Segundo o escritor Fernando Worm, a
Igreja Nossa Senhora do Livramento foi fundada por alvará imperial de S. Majestade D. Pedro II em
17 de fevereiro de
1857. O terreno foi doado por D. Isabel Leonor por promessa feita à Mãe de
Jesus, para a qual pediu, no momento do parto, que protegesse a sua vida e a do filho que esperava. A elevação da Capela do Distrito das Pedras Brancas à condição de Freguesia marca o processo de transformação da antiga fazenda em incipiente vila.
No ano de
1860 encontram-se as primeiras demarcações de lotes com os respectivos nomes de
ruas, caracterizando assim o início do processo de urbanização.
No
Rio Grande do Sul a corrente imigratória reiniciou com o término da Guerra Farroupilha (
1845). Mais tarde em
1889 chegaram à Serra do Herval (denominada assim até 1889), colonos poloneses, italianos e alemães. A demarcação dos lotes terminou em outubro de
1888, envolvendo 34 quadras e mais de 200 lotes. No início a vila era chamada de Vila Bela, depois Serro Negro e finalmente de
Mariana Pimentel.
A colônia de
Sertão Santana foi criada em
1893 por iniciativa particular, predominando os imigrantes alemães Os colonos dedicaram–se à agricultura familiar, tendo como principais produtos a
batata doce, o fumo, o
arroz, o
milho e a criação de animais.
Quanto aos imigrantes suíço-valesanos, estes chegaram no ano de
1895 na localidade conhecida como Serrinha e Cêrro Maximiliano.
O ano de
1926 foi o ano da emancipação política do então 9º distrito de Porto Alegre – Pedras Brancas. O desejo de emancipação expressou o sentimento de auto-suficiência econômica e
política. O município de Guaíba criado pelo decreto nº 3.697, de
14 de outubro de
1926 do presidente do estado
Borges de Medeiros, foi formado a partir dos territórios de Pedras Brancas,
Barra do Ribeiro e Mariana Pimentel ; respectivamente 9º, 10º e 11º distritos de Porto Alegre.
[editar]Localização
Inserida na região metropolitana de
Porto Alegre, principal pólo econômico e cultural da região, Guaíba conta com ampla infra-estrutura de energia, serviços de comunicação, rede de ensino e serviços de
saúde, complementados por adequada disponibilidade de mão-de-obra qualificada e a presença de importante indústrias exportadora certificadas pelas normas ISO 9000 e 14000.
O acesso em menos de 30
minutos ao
aeroporto internacional completa o quadro favorável ao desenvolvimento acelerado do agribusiness,
indústria,
comércio e
turismo, neste município com grandes
áreas disponíveis para estas atividades. A localização no
estado de melhor qualidade de vida do país, segundo a UNESCO, é um atrativo adicional investidores internacionais que sabem identificar oportunidades.
Principalmente
campos, várzeas e alguns
cerros. Guaíba apresenta também alguns
morros como o Morro da Hidráulica, que se localiza ao lado do centro da cidade, o morro da antena, entre outros. É previsto a criação de um parque no atual Morro da Hidráulica para preservar a região, onde se encontra uma reserva de
mata atlântica, com diferentes espécies de
pássaros e animais. Há também plantas únicas na região que são encontradas lá.
O clima no município é
subtropical, mas com calor marcante no verão e frio moderado no inverno, marcando bastante cada estação do ano. As Precipitações Pluviométricas são de 1400 mm. No
verão é comum a estiagem no
lago Guaíba, o que deixa o nível muito abaixo do normal, e que às vezes, prejudica o abastecimento em algumas regiões. Em
2006, a menor marca registrada foi de quatro centímetros acima do nível do
mar.
0 a 4 | 5 a 9 | 10 a 19 | 20 a 29 | 30 a 39 | 40 a 49 | 50 a 59 | acima de 60 |
9% | 9% | 20% | 17% | 16% | 13% | 8% | 8% |
[editar]Personalidades históricas
O município conta com grandes nomes da indústria como a
Celulose Riograndense, empresa que irá aumentar suas instalações e investir milhões de reais nos próximos três anos. Também conta com a Sulfato Rio Grande,
Santher, Thyssen Krupp Elevadores, Expresso Rio Guaíba Ltda, Boise Cascade do Brasil, Inbrape, Celupa entre outras instalações como o centro de distribuição de automóveis da
Toyota.
[editar]A Rua São José
A Rua
São José é o principal ponto de comércio da cidade. Onde está localizada a maior parte das lojas de
eletrodomésticos, eletroeletrônicos e móveis da cidade, bem como lojas de variedades e bazar em geral. É considerada o coração do centro de Guaíba.
[editar]Bibliotecas
Conta com a Biblioteca Municipal e seu grande acervo, ajudando os alunos da cidade em suas pesquisas escolares e os leitores a desfrutarem de tal cultura. A Biblioteca Municipal recentemente foi reformada pela prefeitura, com novo acesso (também com entrada especial para deficientes físicos) e uma nova pintura jovial. Está localizada ao lado da
Brigada Militar e do antigo presídio municipal e em frente a Praça da Bandeira.
Há dois postos de assistência médica (PAM), localizados no centro do município com clínicas básicas e especializadas, uma agência de transfusão de
sangue, uma farmácia básica, serviço de eletrocardiograma e
ecografia abdominal e sete unidades básicas na periferia, mantidos pelo serviço público. Uma clínica traumatológica, uma clínica nefrológica, uma clínica fisioterápica e um hospital filantrópico. Na saúde, uma unidade móvel odontomédica, um banco de sangue, nove unidades assistenciais, entre elas o Centro de Saúde do Estado e Ambulatório Municipal e mais sete Postos periféricos mantidos pelo estado e município,
Hospital Nossa Senhora de Livramento.
Unidades de Saúde Pública: - Policlínica / Serviço de Pronto Atendimento - Unidade de Saúde Centro (Saúde da Mulher, Vigilâncias: Epidemiológica, Ambiental e Sanitária, Mamografia, Tisiologia, etc.) - Unidade de Saúde Vila Iolanda - Unidade de Saúde Cohab - Unidade de Saúde Columbia City - Unidade de Saúde São Jorge - Unidade de Saúde Pedras Brancas - Unidade de Saúde São Francisco - Unidade de Saúde Colina - Unidade de Saúde Logradouro
São também desenvolvidos pela Secretaria Municipal da Saúde os seguintes programas e serviços: Guaíba Abaça a Família (focom principal da redução da mortalidade infantial - responsável por significativa redução de óbitos de crianças de 0 a 1 ano de idade), Hiperdia (Hipertensos e Diabéticos), Saúde Mental, SAE - Serviço de Assitência Especializada em DST/AIDS, Serviço de Oxigenioterapia entre outros.
Existem vários locais onde se pode visitar em Guaíba. Apesar da evidência da falta de um cinema, como antigamente existia, temos o
Museu Carlos Nobre. Na Praça da Bandeira, acontecem vários eventos, dentre eles, este ano já ocorridos a Chocoart e a Festpeixe, e a famosa Feira do Livro que este ano aconteceu em
Junho. Acontece também de dois em dois anos no ginásio Rui Coelho Gonçalves (Coelhão) a Expofeira, uma feira de eventos, produtos, artigos, espetáculos etc. Outro pontos do município são a Escadaria 14 de Outubro, o Mercado Público (atualmente em reforma), o Parque da Juventude, o Matadouro São Geraldo, a Beira do Guaíba e o Píer, a Praia da Alegria e o famoso
Cipreste centenário que fica ao lado da Casa de
Gomes Jardim, e que simboliza um marco na história da
Revolução Farroupilha.
Em
2007, Guaíba retomou seu antigo
Carnaval de Rua, que não era visto à tempo no município, onde desfilaram quatro escolas de samba principais mais blocos em geral. Hoje desfilam as escolas Acadêmicos da Cohab-Santa Rita, Estado Maior da Colina, Tradição e Império Serrano (atual Campeã).
[editar]A Beira do Guaíba
Uma das atividades turísticas e de lazer que mais possui freqüentadores é a famosa "beira" no centro da cidade. É constituída de um calçadão principal na avenida João Pessoa com bancos e um
Píer, o qual se localiza no centro da beira. É comum ver gente lá todos os dias, mas nos fins de semana o público aumenta incrivelmente, tomando conta de todo o espaço disponível. O público alvo são os jovens e adolescentes, que vão para caminhar, tomar
chimarrão, se distrair, namorar e apreciar a bela vista do
Lago Guaíba que proporcionada a partir deste lugar. Pode-se avistar de lá com detalhes a capital gaúcha,
Porto Alegre, bem como seus
montes e
edifícios. A beira é um sucesso na cidade, que a reconhece como um ótimo ponto de encontro e lazer.
[editar]Bibliografia e referências
- Revista Rio Grande Cultura. Porto Alegre, março/abril/97 Ano IX-23,FEPLAM,p. 21
- Jornal Correio do Povo – Ano 1926
- Arquivo do Museu Carlos Nobre
- SANT'ANA, Carlos Affonso. Abrindo Baús: Gente e Crônicas da Terra Guaibense.1997.150p
- ZIULKOSKI, Carlos . Aspectos Históricos de Mariana Pimentel - 1991
- WORM, Fernando. Guaíba Terra e Povo. Livrarias Globo, Porto Alegre, 1974.121p.
- LAROQUE, Luís Fernando da Silva. Guaíba no Contexto Histórico – Arqueológico do Rio Grande do Sul. Guaíba.Ed. do Autor, 2002.192p.
- LUTZNBERGER, José. A Paisagem ao Redor de Porto Alegre. 1982.
- VELLINHO, Moysés. Capitania d’El Rei. Aspectos Polêmicos da Formação Riograndense. 2ª Ed.Editora Globo, Porto Alegre, 1970,241p.
- RODRIGUES, Valdivino. Uma Imigração Suíço – Valesana em Guaíba. 2004.
Referências